14 / abril / 2012 - 19:42
Movimento muçulmano distribuirá 25 milhões de cópias do Alcorão
Salafistas desejam propagar o Islã na Alemanha, Áustria e Suíça
O grupo, que se chama “A Verdadeira Religião”, segue os ensinamentos do líder salafista Ibrahim Abou Nagie, e já teria distribuído nas últimas semanas mais de 300.000 exemplares em “stands de informação” espalhados pelos centros urbanos da Alemanha.
Mas o radicalismo do grupo tem muito a ver com a política, como mostra um recente vídeo publicado no YouTube onde eles ameaçam jornalistas que escreveram críticas sobre sua “ofensiva religiosa”. “Nós agora temos informações detalhadas sobre os macacos e porcos que publicaram notícias falsas sobre nosso grupo. Nós temos um monte de informações, por exemplo, nós sabemos onde vocês moram, sabemos para que time de futebol vocês torcem e temos os números de seus celulares”, gritam eles em frente à câmera.
Ibrahim Nagie disse em sua defesa, que a distribuição do Alcorão é para “livrar os alemães do inferno”. Em 2011, ele foi indiciado pela polícia alemã por incitação pública à prática de infrações penais e por perturbar a paz religiosa.
O Escritório Federal para a Proteção da Constituição da Alemanha, agência de inteligência do país, estima que existam entre 3.000 e 5.000 muçulmanos salafistas na Alemanha. O Escritório adverte que a ideologia salafista é quase idêntica à da rede terrorista Al Qaeda. Mais preocupante, o grupo tem um número crescente de seguidores na Alemanha. A iniciativa, segundo as autoridades de distribuição dos livros sagrados foi financiada por milionários do petróleo do Bahrain e por muçulmanos alemães.
Krings Gunter, um membro do partido da chanceler Angela Merkel da União Democrática Cristã, disse que “dentro do possível, este tipo de ação agressiva deve ser interrompida. Embora a distribuição de escritos religiosos seja, livre … as ações agressivas dos salafistas radicais têm perturbado a paz religiosa em nosso país. ”
Cem Özdemir vice-presidente do Partido Verde alemão também condenou a ação dos salafistas. “Eu tenho um problema com todos os grupos religiosos que colocam a sua visão de mundo acima da Constituição e dos direitos humanos. Isso se aplica também aos salafistas que invocam a violência e cuja ideologia alimenta o terrorismo islâmico”, disse ele.
O governo explica que a iniciativa é vista por alguns como uma tentativa de recrutar jovens europeus para serem jihadistas, os guerreiros sagrados muçulmanos, que praticam atentados suicidas.
Recentemente, o alemão U. Arid foi condenado à prisão perpétua por filmar a morte de dois soldados americanos no aeroporto de Frankfurt em 2011. Ele teria ligações com o ramo do salafismo.
Traduzido e adaptado de Spiegel e BBC
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