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terça-feira, 12 de junho de 2012

O Evangelho do Reino no Império do Mal - Pb. José Roberto A. Barbosa

Texto Áureo: Ap. 14.7 - Leitura Bíblica: Ap. 14.1-7
Prof. José Roberto A. Barbosa
www.subsidioebd.blogspot.com
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, estudaremos a respeito da proclamação do evangelho do reino em meio ao império do mal. Inicialmente, apresentaremos a atuação das duas testemunhas durante a Tribulação. Em seguida, abordaremos o evangelho do Reino de Deus, atualmente e no período da Tribulação. Ao final, destacaremos a relação desse evangelho diante do império do Mal, regido pela besta, o anticristo e o falso profeta.
1. AS DUAS TESTEMUNHAS
Durante o período da Tribulação, o Senhor dará duas testemunhas que profetizarão por “mil duzentos e sessenta dias” (Ap. 11.3). Essa é uma demonstração de que Deus estará com o Seu povo, para mostrar o caminho certo, mesmo em situação adversa. Em alusão à profecia de Zacarias (Zc. 4.12), as testemunhas são comparadas às duas oliveiras e os dois candeeiros. No contexto daquele profeta, esses são o sacerdote Josué (Zc. 3.1) e o governador Zorobabel (Zc. 4.6,7). A respeito da identidade dessas duas testemunhas, é possível associá-las a Elias e Moisés, já que, conforme está escrito em Ap. 11.6, teve “autoridade para fechar o céu, para que não chova”, e “poder sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para ferir a terra com toda sorte de flagelos”. Mas não podemos afirmar categoricamente que se tratam literalmente de Elias e Moisés, tendo em vista que eles apareceram como figuras na Transfiguração (Mc. 8.4). É bem possível que essas testemunhas apenas atuem no mesmo poder, tal como João Batista representou Elias (Mt. 11.14; 17.10-13). Essas testemunhas serão martirizadas, vitimadas pela truculência da besta. Os corpos das duas testemunhas ficarão expostos e insepultos, atitude que demonstrava indignidade no mundo antigo (Ap. 11.8). Está escrito que “seus cadáveres ficarão estirados na praça da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde também o Senhor foi crucificado”. A cidade a que o apóstolo se refere é Jerusalém, isso quer dizer que o governo do anticristo parte de Roma até Jerusalém. A alusão às cidades de “Sodoma e Egito” aponta para a hostilidade contra Deus, tal qual os habitantes daquela antiga cidade (Gn. 19.1-11). Essas duas testemunhas ressuscitarão depois de “três dias e meio”, pois “um espírito de vida, vindo da parte de Deus, neles penetrou e eles se ergueram sobre seus pés, e àqueles que os viram sobreveio grande medo” (Ap. 11.11). Essa é uma demonstração de que Deus não abandona os seus, os que viram a ressurreição das testemunhas ouviram “grande voz vinda do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui. E subiram ao céu na nuvem, e os seus inimigos as contemplaram” (Ap. 11.12). Deus não apenas se interessa pelos seus, Ele também os vinga, “naquela hora houve grande terremoto e ruiu a décima parte da cidade, e morreram nesse terremoto sete mil pessoas” (Ap. 11.13).
2. O EVANGELHO DO REINO
Essas testemunhas pregavam o evangelho do Reino, o estabelecimento do governo de Cristo. Evangelho, em grego euangelion, diz respeito às “boas novas” sobre a salvação que Deus providenciou através de Jesus Cristo. Paulo o define como “o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm. 1.16). Trata-se do cumprimento cabal das profecias da Antiga Aliança, e está intimamente relacionado ao Reino de Deus. Por isso Jesus anuncia: “o tempo é chegado, o Reino de Deus está próximo, arrependei-vos e crede no evangelho” (Mt. 1.15). O evangelho não deva circunscrever-se às fronteiras de uma nação, é digno de ser levado até aos confins da terra (Mc. 16.15; At. 1.8). O evangelho de Jesus, o qual Paulo, algumas vezes, se refere como “meu evangelho” , é a propagação da mensagem da morte e ressurreição de Cristo (Rm. 2.16; 16.25; II Co. 4.3; I Ts. 1.5; II Tm. 2.8). Não se deve confundir o evangelho de Cristo com outros evangelhos, que nada têm a ver com os ensinamentos dos falsos mestres (II Co. 11.4; Gl. 1.6,11; 2.2). O evangelho de Cristo é a verdade (Gl. 2.5; Cl. 1.5), portanto, deve ser confessado (II Co. 9.13), aqueles que o desobedecerem serão condenados (II Ts. 1.8; I Pe. 4.17). Durante os sete anos de Tribulação o evangelho do reino será pregado, então virá o fim (Mt. 24.14). Isso nada tem a ver com o arrebatamento, pois a igreja já foi arrebatada. Não se pode condicionar o arrebatamento da igreja à pregação total do evangelho às nações. Durante a Tribulação, alguns acreditarão no evangelho do reino, uns serão preservados (Ap. 7.1-17; 14.1-7) outros martirizados sob a perseguição da besta e do anticristo (Ap. 15.2-4).
3. O REINO E O IMPÉRIO DO MAL
No capítulo 14 do Apocalipse João registra o futuro daqueles que foram preservados durante a Grande Tribulação. O foco é direcionado não mais à besta e ao anticristo, mas aos que foram redimidos, que não trazem a marca da Besta, mas de Deus. Esses se recusaram a receber a marca da Besta, foram martirizados, mas a salvação deles é assegurada, e não são poucos, trata-se de 144 mil das tribos de Israel e uma grande multidão de várias etnias. Sião, nesse texto, pode ser simbólica, tendo em vista que se refere à Jerusalém, a cidade do Ungido de Deus (Sl. 2), ainda que não se possa descartar que no monte Sião e em Jerusalém estarão os que forem salvos (Jl. 2.32). Ademais, Sião se tornará a cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial (Hb. 12.22). Os salvos “não se macularam com mulheres, porque são castos”. A palavra “castos”, em grego, é parthenoi que significa virgens. Essa castidade diz respeito à pureza espiritual, consoante ao que expõe Paulo em II Co. 11.2, no que tange à igreja. Desde o Antigo Testamento, a apostasia de Israel, ao se voltar aos deuses falsos é reconhecida como adultério. Portanto, a castidade dos 144 mil é de natureza espiritual, pois estes não se dobraram diante da besta, seu anticristo e o falso profeta. Por fim, João vê um anjo voado no céu, é outro anjo, que trazia uma mensagem, a respeito do “evangelho eterno” (Ap. 14.6). Esse evangelho não se distingue, em natureza, do evangelho de Cristo, pois conclama ao arrependimento. Isso que dizer que ainda há tempo para aqueles que, mesmo em meio à tribulação, darem glória a Deus (Ap. 14.7). Deus não tem prazer na morte do ímpio (Ez. 33.11), não quer que ninguém pereça (II Pe. 3.9), por isso chama todos ao arrependimento (At. 17.30).
CONCLUSÃO
O evangelho relatado no Apocalipse diz respeito ao Reino de Cristo, que será implantado durante o Milênio (Ap. 20.1-6). As duas testemunhas proclamarão esse evangelho e por causa dele serão martirizadas. A igreja de Cristo nos dias atuais proclama o evangelho para a salvação, a verdade de que Ele morreu e ressuscitou de entre os mortos, para que todo aquele que nEle crê tenha vida eterna. Não só em Judéia e Samaria, mas até aos confins da terra, no poder do Espírito Santo (At. 1.8).

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