Ferramenta era usada muito tempo antes do imaginado

Dois ossos fossilizados foram encontrados na Etiópia, um fêmur de um mamífero do tamanho de uma cabra e uma costela de um animal grande como uma vaca, com marcas de golpes, talhos e cortes, indicando a utilização de ferramentas de pedra para extrair a carne ou a medula óssea.
Os fósseis encontrados em Dikika, no nordeste da Etiópia, datam de 3,39 milhões de anos [idem], segundo as análises, antecipando em 800 mil anos um momento-chave da evolução do homem. “Essa descoberta avança consideravelmente o momento a partir do qual nossos ancestrais mudaram completamente as regras do jogo”, declarou Alemseged no comunicado. “A utilização de utensílios modificou enormemente sua interação com a natureza, permitindo a eles comer novos tipos de comida e explorar outros territórios”, explicou, acrescentando que será preciso revisar os conhecimentos sobre a evolução humana.
“Isso quer dizer que os Australopithecus afarensis como Lucy ou a bebê Selam utilizavam utensílios de pedra.” Selam, uma australopithecus morta aos três anos de idade, teria vivido há 3,3 milhões de anos [idem], 200 mil anos antes de Lucy.
Até agora, as provas mais antigas da utilização de utensílios de pedra ou de animais provenientes de Buri ou Gona, na Etiópia, remontavam a 2,5 ou 2,6 milhões de anos [idem], recordam os autores deste estudo, publicado na revista Nature. Mas os pesquisadores ainda não foram capazes de estabelecer se os utensílios eram fabricados. “Um de nossos objetivos é voltar onde encontramos os fósseis e tentar achar os utensílios”, afirmou McPherron.
Os pesquisadores sugerem que só o fato de utilizar tais utensílios mostra que nossos ancestrais competiam com outros carnívoros pela comida, e que isso pode ter iniciado o trabalho em equipe dos humanos.
(G1 Notícias)
Nota: Deixando de lado as tradicionais especulações criativas em torno de achados mínimos, chama atenção o fato de que a “bem estabelecida” história evolutiva humana vive carecendo de revisões e que cada vez recua mais no tempo a engenhosidade humana (assim como a complexidade dos seres vivos). Se as descobertas continuarem nessa direção, logo faltará tempo para a evolução ter se processado.[MB]
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