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segunda-feira, 23 de julho de 2012

Bispo católico admite unicidade humana

Em meu programa de mestrado em Teologia estou lendo o livro Antropologia Cristã (Ed. Vozes), do bispo franciscano Valfredo Tepe. Na página 226, encontrei esta pérola: “A religião cristã nasceu do tronco de Israel. Ao ser transportada ‘para os gentios’, se inculturou no helenismo, reinante naquela época. A Sabedoria bíblica como que se identificou com o Logos grego. Na época patrística, os padres gregos, responsáveis pela inculturação, usaram os instrumentos da filosofia grega. Conseguiu-se uma perfeita transição? O conceito platônico da alma imortal não corresponde exatamente ao conceito bíblico do ser humano. A dicotomia latente da filosofia grega corpo x alma – exacerbada depois por Descartes – não é afirmada pela Bíblia. O ser humano é antes espírito em corpo. Este ser individual, pessoa humana, morre quando a união entre espírito e corpo se desfaz. Não sobrevive a alma, ‘libertada’ do corpo mortal. O que sobrevive é o amor. Deus é amor. Deus é imortal. Quando Ele ama torna imortal o amado. ‘Tu não podes morrer’ – na boca de Deus não é uma proclamação romântica e irreal. ‘Eu digo e faço’ (Ez 36:36). Quando Ele diz, ao criar um ser humano: ‘Eu te chamei pelo nome, tu és Meu’ (Is 43:1) e ‘Com amor eterno Eu te amei, por isso conservei para ti Meu amor’ (Jr 31:3), nos garante vida eterna. Ele cria um interlocutor para sempre, cria o eu metafísico que dá ao indivíduo humano sua dignidade de pessoa desde o instante de sua concepção.”

Clique aqui para saber mais sobre o estado do ser humano na morte.

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