
Em meu programa de mestrado em Teologia estou lendo o livro
Antropologia Cristã
(Ed. Vozes), do bispo franciscano Valfredo Tepe. Na página 226,
encontrei esta pérola: “A religião cristã nasceu do tronco de Israel. Ao
ser transportada ‘para os gentios’, se inculturou no helenismo,
reinante naquela época. A Sabedoria bíblica como que se identificou com o
Logos grego. Na época patrística, os padres gregos, responsáveis pela
inculturação, usaram os instrumentos da filosofia grega. Conseguiu-se
uma perfeita transição? O conceito platônico da alma imortal não
corresponde exatamente ao conceito bíblico do ser humano. A dicotomia
latente da filosofia grega corpo x alma – exacerbada depois por
Descartes – não é afirmada pela Bíblia. O ser humano é antes espírito em
corpo. Este ser individual, pessoa humana, morre quando a união entre
espírito e corpo se desfaz. Não sobrevive a alma, ‘libertada’ do corpo
mortal. O que sobrevive é o amor. Deus é amor. Deus é imortal. Quando
Ele ama torna imortal o amado. ‘Tu não podes morrer’ – na boca de Deus
não é uma proclamação romântica e irreal. ‘Eu digo e faço’ (Ez 36:36).
Quando Ele diz, ao criar um ser humano: ‘Eu te chamei pelo nome, tu és
Meu’ (Is 43:1) e ‘Com amor eterno Eu te amei, por isso conservei para ti
Meu amor’ (Jr 31:3), nos garante vida eterna. Ele cria um interlocutor
para sempre, cria o eu metafísico que dá ao indivíduo humano sua
dignidade de pessoa desde o instante de sua concepção.”
Clique aqui para saber mais sobre o estado do ser humano na morte.
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