Em muitos países europeus, os cartões de débito e crédito e as
transferências online já substituíram o dinheiro em espécie. Na Suécia, o
debate é sobre quando será extinta a necessidade de se carregar
dinheiro.
Um dos benefícios apontados é reduzir a delinquência, em especial os
assaltos. “Se pudermos reduzir a quantidade de dinheiro que circula nos
bancos e na sociedade, também reduziremos os roubos”, afirmou Marie
Look, do sindicato dos bancários. “Quando abandonarmos totalmente o
dinheiro, não haverá mais roubos, porque não fará sentido assaltar um
banco que não tenha nada para ser levado”.
Desde 2010 há uma campanha pelo fim do dinheiro no país que conta,
inclusive, com o apoio de famosos, como o ex-membro do grupo Abba, Bjorn
Ulvaeus. Ele disse: “Não há razão prática clara, até onde eu possa
ver, para continuar usando notas e moedas. O que existe são óbvias
vantagens de se desfazer delas. A Suécia poderia ser o primeiro país do
mundo a adotar essa medida”.
A Suécia, curiosamente, foi o primeiro país europeu a introduzir as
notas guardadas em bancos, em 1661. Agora pode liderar a Europa para se
livrar-se delas. Sendo um país que convive com a alta tecnologia, em
breve o dinheiro digital deve ser uma realidade.
Na maioria das cidades suecas, os ônibus já não aceitam dinheiro. Os
passes são pré-pagos ou adquiridos com uma mensagem de texto de telefone
celular. Um número crescente de empresas só aceitam cartões, e algumas
agências bancárias só fazem transações eletrônicas.
O declínio no uso do dinheiro é perceptível até mesmo nos templos
religiosos, como na Igreja de Karlshamn, sul da Suécia. O pastor Johan
Tyrberg recentemente instalou um leitor de cartões para tornar mais
fácil a vida dos fiéis que desejam fazer oferendas.
“As pessoas vinham até mim muitas vezes e diziam que não tinham dinheiro, mas ainda assim gostariam de doar”, diz Tyrberg.
Cédulas e moedas representam apenas 3% da economia da Suécia, em
comparação com uma média de 9% nos países da zona do Euro e de 7% nos
EUA, de acordo com o Banco de Compensações Internacionais, organização
que reúne os bancos centrais do mundo.
A prevalência de transações eletrônicas – e o rastro digital que
geram – pode ser um problema para muitos por violar a “privacidade” das
transações em dinheiro vivo.
Oscar Swartz, fundador do maior provedor de Internet da Suécia,
Banhof, diz que uma economia totalmente digital sempre deixará um
“rastro” dessas transações. Ele apoia a ideia de acabar com o dinheiro,
mas ressalta: “A pessoa deve ser capaz de gastar seu dinheiro sem ser
rastreado o tempo todo”, diz ele.
Um passo importante foi dado pela empresa sueca iZettel, que
desenvolveu um sistema onde qualquer telefone celular do tipo
smartphone funcione como uma “carteira virtual”. Os maiores bancos da
Suécia devem lançar ainda este ano seu próprio sistema, que permite aos
clientes transferir dinheiro em tempo real usando seus telefones.
A maioria dos especialistas acredita que o dinheiro da forma como
conhecemos dentro em breve poderá ser um artigo raro na Europa, um
produto em verdadeiro “perigo de extinção”.
Os especialistas em profecias há muito indicam que o cumprimento de
Apocalipse 13:16 viria pela substituição do dinheiro por um sistema
eletrônico, entendido assim: “A todos, os pequenos e os grandes e os
ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa
marca sobre a mão direita ou sobre a fronte (testa), para que ninguém
possa comprar ou vender, se não aquele que tem a marca, o nome da besta
ou o número do seu nome”.
Com informações CBS News
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