Uma nova pesquisa está preocupada com a influência da religião no
desenvolvimento da depressão em crianças cujos pais sofriam
anteriormente com a doença. Os resultados chamaram atenção.
O artigo foi publicado no início do ano pela revista American Journal
of Psychiatry, que trata de assuntos relativos a psicologia e
psiquiatria. Lisa Miller, Priya Wickramaratne e outros autores já haviam
estudado e mostrado alguns anos atrás que a associação inversa entre
espiritualidade e depressão é maior entre os adultos. Eles descobriram
que pessoas com uma “espiritualidade ativa” correm um risco menor de
sofrer com a depressão. A espiritualidade foi estudada apenas em pessoas
que se definem como cristãs (católicas ou evangélicas).
Esses mesmos estudiosos vêm fazendo uma investigação detalhada sobre o
assunto do ao longo dos últimos 10 anos. O foco é comparar as crianças
de pais que sofrem com depressão com os filhos de pais que não possuem
histórico de depressão.
As crianças que relataram aos 10 anos de idade que a religião (ou
espiritualidade) era muito importante para elas tiveram apenas 25% de
risco de passar por uma depressão maior entre os 10 e os 20 anos em
comparação com outros participantes da mesma idade que não eram de
famílias religiosas.
Curiosamente, os filhos de pais que sofriam com a depressão e
consideravam a espiritualidade importante foram os mais protegidos dos
efeitos negativos causados pela depressão. Esse grupo possuía cerca de
apenas 10% de chances de sofrer com esta doença.
Participaram do estudo 114 crianças (hoje adultas), filhas de pais
deprimidos e não deprimidos. A análise abrangeu o período entre os 10 e
os 20 anos de idade. O diagnóstico foi avaliado com o Programa de
Transtornos Afetivos e Esquizofrenia.
A medição de religiosidade incluiu a importância pessoal da religião
ou da espiritualidade, a frequência de participação em reuniões
religiosas, e o nome da igreja (evangélica ou católica).
O estudo concluiu que a avaliação da religião ou espiritualidade como
de “alta importância” pode ser um elemento protetor contra a
recorrência da depressão, particularmente em adultos com história de
depressão parental.
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