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sexta-feira, 9 de novembro de 2012


Evangélicos comemoram a Reforma Protestate e traz à tona questão: há necessidade de Nova Reforma?


A data de 31 de outubro é popularmente lembrada como o dia das Bruxas (Halloween). No entanto, para os evangélicos ela representa uma mudança na história do Cristianismo, promovida pela Reforma Protestante. A comemoração leva, entretanto, à questão de se a Reforma está sendo refletida pelas igrejas brasileiras e se há ainda a necessidade de uma Nova Reforma. Diversos líderes evangélicos deram a sua opinião sobre o tema ao The Christian Post.

  • Martinho Lutero, reforma protestante
    (Foto:Divulgação)
    Martinho Lutero - Reforma Protestante

Foi em 31 de outubro de 1517, que Martinho Lutero pregou publicamente suas 95 teses, na porta da Catedral de Wittenberg (Alemanha). Seu apelo era por uma mudança nas práticas da Igreja Católica, por isso o nome “Reforma”.
Na época, Lutero foi o monge renegado que desejava reformar os fundamentos da igreja católica. Ele foi considerado por alguns o destruidor da unidade do que era considerada “a” igreja.
Para outros, Lutero foi um grande herói, que restaurou a pregação do Evangelho de Jesus e da Bíblia, o reformador de uma igreja corrupta, possibilitando que o povo tivesse acesso à Bíblia em sua própria língua.
A Reforma Protestante dividiu a história do Cristianismo em duas partes levando ao fim o monopólio exercido pelo Catolicismo Romano e trazendo benefícios, como a liberdade de expressão religiosa.
Segundo o professor, pesquisador e líder presbiteriano Rev. Augustus Nicodemus é preciso definir “reformado”.

Nicodemus disse ao The Christian Post que reformado é aquele que adere a uma das grandes confissões reformadas produzidas logo após a Reforma Protestante no século XVI, sendo a definição para a igreja protestante as que estão de acordo com os “cinco grandes pontos dessa reforma, que são, a Escritura, a Graça, a Fé, Cristo e a Glória a Deus (Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fides, Solus Christus e Soli Deo Gloria)” .
Porém, para alguns teólogos, a reforma realizada por Lutero em 1517, trás a tona a necessidade de uma nova reforma da igreja atual.
Para o pastor e pesquisador religioso Johnny Bernardo, atualmente o crescimento desenfreado de grupos religiosos inspirados em movimentos de confissão positiva e saída de centenas de membros para fundar ou ingressar em novos movimentos religiosos, evidencia que o Protestantismo pregado atualmente não tem sido capaz de conter tais acontecimentos.
De acordo com Johnny, praticamente todas as seitas surgidas nos EUA nos últimos três séculos foram fundadas por ex-membros de igrejas protestantes históricas e pentecostais.
O pastor Paulo Siqueira líder do movimento "Evangelho Puro e Simples", lamenta que a data tenha se tornado "mais uma data no calendário anual, e muitos não se lembram da sua real importância", comenta o pastor.
Paulo ainda afirma que é preciso rever a realidade da igreja brasileira, que segundo ele, vive uma confusão sobre o que realmente é a igreja de Cristo, e que para muitos tornou-se um local de entretenimento.
Siqueira comenta que "a reforma nasce do desejo de uma igreja que reflete ao mundo sua verdadeira vocação, sua verdadeira missão, sua verdadeira confissão de fé".
Ele acredita que, infelizmente, muitas igrejas e muitos líderes não refletem a Reforma Protestante, muitos são os evangélicos que nada sabem sobre este fato. Ele fala que é preciso rever vários pontos, principalmente no contexto da educação e da formação das lideranças.
"Não devemos nos distanciar da doutrina dos verdadeiros apóstolos. Em meio a tudo que estamos vendo com a distorção da verdade e a inversão de valores dentro da igreja, vejo a necessidade urgente de voltarmos e revermos os verdadeiros valores das reforma", disse ele ao CP.
"Precisamos de homens e mulheres que tenham a coragem de serem totalmente dependentes de Deus, só assim teremos os valores da Reforma refletidos na igreja e na sociedade, só assim teremos uma igreja que tem autoridade diante do pecado, pois não está aliada aos poderes e valores deste mundo".
"Não perco a esperança de que um mundo melhor ainda é possível", conclui.

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