A Comissão de Educação e Cultura do Congresso analisa o projeto
número 290/99, apresentado pelo deputado federal Marcos Antônio de
Barros (PST/PE), propondo destronar “Nossa Senhora” Aparecida do cargo
de padroeira do Brasil, e, em substituição, declarar o Senhor Jesus como
o novo Padroeiro. A proposta vem ao encontro dos anseios da Igreja de
Jesus. Chegou a hora de reparar o lamentável erro de oficiliazar a
humilde mãe de Jesus na missão de protetora da nação brasileira.
Representatividade
A nomeação de Maria nunca foi aceita pela totalidade dos brasileiros.
Se excluirmos os católicos nominais – assim considerados aqueles que,
embora se declarem católicos não são fiéis ao catolicismo -, e
aceitarmos como autêntica a estatística que revela a existência, no
mínimo, de 20 milhões de evangélicos no Brasil (estou escrevendo estas
linhas em dezembro/1999) mais alguns milhões de espíritas,
candomblecistas e umbandistas, verificaremos que a supremacia do
Vaticano neste país é algo de que se pode duvidar.
Pelo menos, de forma racional, não podem e não devem os católicos, em
casos tais, decidirem em nome de todos os cristãos, por falta de
legítima representatividade. Estatísticas demonstram que a tendência
dos brasileiros é de rejeição contínua e progressiva aos dogmas do
Vaticano, e de obediência à palavra de Deus. As escamas dos olhos estão
caindo. Há quase duas décadas, o ritmo de crescimento dos evangélicos
no Brasil vem superando o do crescimento da população. Enquanto a
população cresce a uma taxa de 1,36% ao ano, os evangélicos crescem a
5,18%, conforme pesquisa do Serviço para a Evangelização da América
Latina (Sepal).
Um estudo insuspeito, realizado em 1994 por assessores da
Arquidiocese de São Paulo, revelou que em fins de 1980 a comunidade
evangélica no país cresceu a uma taxa de 14%. Estes dois argumentos são
de razões práticas. Logo, em questões de fé a Igreja Católica não
responde em nome do povo brasileiro. Os dogmas, decretos, bulas e
decisões do Vaticano são dirigidos aos seus fiéis. Que Maria seja a mãe
e padroeira dos católicos, nada impede que assim pensem e creiam. Não
se pode admitir que, por decreto, se pretenda estender a deidade e a
proteção de Maria aos protestantes.
A Palavra de Deus Do ponto de vista teológico, não se pode deixar de
admitir que o Senhor Jesus é o nosso único Protetor. Vejamos:
“BEM-AVENTURADA [FELIZ, ABENÇOADA] É A NAÇÃO CUJO DEUS É O SENHOR, E O
POVO QUE ELE ESCOLHEU PARA A SUA HERANÇA” (Salmos 33.12); “Deus é o Rei
de toda a terra; Deus reina sobre as nações” (Salmos 47.7-8);
“Bem-aventurado o homem que põe no SENHOR a sua confiança…” (Salmos
40.4); “Os que confiam no SENHOR serão como o monte Sião, que não se
abala, mas permanece para sempre. Como estão os montes à roda de
Jerusalém, assim o SENHOR está em volta do seu povo, desde agora e para
sempre” (Salmos 125.1-2); “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro
bem presente na angústia” (Salmos 46.1). “Elevo os olhos para os
montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do SENHOR, que fez
o céu e a terra; o SENHOR é quem te guarda” (Salmos 121.1,2,5).
“Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos
alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo
oportuno” (Hebreus 4.16).
Como se vê, a proteção vem do Senhor; o socorro vem do Senhor. Não
vem de santos vivos ou falecidos. O Primeiro Mandamento é categórico:
“NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM” (Êxodo 20.3). Já que, como
vimos, Maria não é nossa protetora, poderia ela agir como mediadora,
encaminhando nossas petições ao Filho, e este ao Pai? Não, não pode. A
Palavra responde: “Porque há um só Deus e UM SÓ MEDIADOR entre Deus e
os homens, Jesus Cristo, homem” (1 Timóteo 2.5). Se Maria nem ao menos
pode ser mediadora, advogada ou intercessora, como poderia ser nossa
protetora ou padroeira? Jesus disse: “É-me dado todo o poder no céu e
na terra” (Mateus 28.18). O poder foi dado a Jesus.
A oração-modelo
A Bíblia nos ensina a orar a Deus. Em nenhuma parte, de Gênesis a
Apocalipse, encontramos qualquer mandamento, ensino ou sugestão no
sentido de dirigirmos nossos pedidos a pessoas falecidas. Jesus,
indagado pelos apóstolos, ensinou: “Portanto, vós orareis assim: PAI
NOSSO, que estás nos céus…” (Mateus 6.9). Em outra parte Ele diz: “Mas
tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ORA A
TEU PAI, que vê o que está oculto” (Mateus 6.6). Logo, seria um
contra-senso, e contra a Palavra de Deus, manter na posição de padroeira
de uma nação um ídolo que não pode ser mediador, não pode ser
depositário de nossas preces, e, por não possuir o atributo da
onipresença, não pode ouvir o clamor dos seus “protegidos”. Na Trindade
não há a figura da Mãe. Se houvesse, certamente Jesus nos teria
ensinado a orar assim: ”Pai nosso ou Mãe nossa que estais nos céus”…
Não se trata aqui de desmerecer a mãe de Jesus ou faltar-lhe com o
devido respeito. Todavia, não lhe podemos prestar honras acima do seu
merecimento. Ela foi honrada por Deus porque escolhida entre as
mulheres para que acolhesse no seu ventre Aquele que veio trazer as Boas
Novas. Devemos nos espelhar no seu exemplo de fidelidade, amor,
humildade e fé. Honremos, pois, a Maria, mas adoremos ao Filho, Aquele
que morreu na cruz por nossos pecados.
Jesus, o nosso padroeiro
Para nós evangélicos a aprovação ou não do projeto de mudança do
Padroeiro não mudará a situação de nossa fé em nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo. Jesus continuará sendo, como sempre, o nosso Protetor,
nosso Socorro, nosso Auxílio, nosso Advogado, nosso Mediador, nosso
Intercessor, Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade,
Príncipe da Paz, Caminho, Verdade e Vida, Libertador, Videira
Verdadeira, Alfa e Ômega, Autor e Consumador da Fé, Cabeça da Igreja,
Cordeiro de Deus, Desejado de Todas as Nações, Deus Unigênito, Grande
Sumo Sacerdote, Justiça Nossa, Legislador, Mensageiro da Aliança, Pastor
e Bispo das Almas, Pedra Angular, Rei, Renovo, Resplandecente Estrela
da Manhã, Senhor da Glória, Senhor de Todos, Senhor dos senhores,
Fundamento da Igreja, Santo dos santos e Salvador
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